20 de outubro de 2009

Comunidade Quilombola

Há cerca de 400 anos, escravos fugidos, brancos pobres e outros desamparados, formaram várias comunidades pelo país. Algumas dessas comunidades, conhecidas como Comunidades Quilombolas, duram até hoje. Um importante exemplo é a Comunidade de Ivaporunduva, que se localiza no Município de Eldorado, em São Paulo, às margens do rio Ribeira de Iguape.
Segundo alguns registros, as terras do quilombo pertenciam a Maria Joana, que morreu enquanto se tratava de uma doença. Como a proprietária era viúva e não tinha parentes, a terra ficou para os escravos.
A Comunidade tem cerca de 400 pessoas, que dividem todo trabalho e as terras entre as 80 famílias. A maioria vive da agricultura de subsistência, turismo, artesanato e da plantação e da venda de bananas orgânicas.
Foi somente em 1997, após longos anos de luta, que conseguiram ser reconhecidos pela justiça como Comunidade Quilombola. Somente no ano passado, conseguiram realmente o direito de suas terras. Um dos grandes problemas que atinge a Comunidade é a questão da educação, pois os jovens de lá não têm acesso a uma boa educação e, na tentativa de mandar alguns para estudar em São Paulo, muito poucos conseguiam chegar até o fim e se formar. Mas o problema que assombra a Comunidade há algum tempo é a construção das usinas hidrelétricas na região. Com a construção das barragens, a maior parte da Comunidade será inundada, restando para fora da água apenas a cruz da igreja. O que realmente os preocupa é que, se saírem de suas terras, terão dificuldades em se adaptar, pois só sabem viver de sua agricultura e por seu estilo de vida. Não conseguiriam recomeçar em outro lugar, como São Paulo.

Fotos

Vista da comunidade do lado oposto do Rio Ribeira



A simples estrutura da comunidade


Plantação de bananas orgânicas da comunidade, uma comum atividade econômica dos moradores



Entrada do quilombo de Ivaporunduva



Construção típica da comunidade



Um simples bar freqüentado pela comunidade de Ivaporunduva

Vídeo:
Palestra de um morador sobre a opinião da comunidade em relação à construção das usinas hidrelétricas.